Há algum tempo atrás escrevi sobre a "morte" do Casseta e Planeta. Prometi voltar pra falar sobre programas de humor da televisão brasileira em geral e, atendendo a pedidos, volto hoje para isso.
Muitos programas perderam a qualidade e, por consequência, a audiência. Foi o caso do Casseta que, pra mim, morreu junto com o Bussunda.
Em quase 60 anos de televisão brasileira existiu muita coisa que marcou a história do humor. E eu falo especialmente do Plim-Plim (leia-se Rede Globo), que é sem dúvida a emissora mais assistida do país.
Começo pelo TV Pirata [um dos meus favoritos], programa que revolucionou a tevê e é ícone até hoje pelo seu humor nonsense. Influenciado pelo inglês Monty Python, fez sucesso na década de 80 e consagrou nomes como Luís Fernando Guimarães e Regina Casé. Depois de se dissolver deu lugar ao Casseta.
Enfim, a tv Globo já teve dias melhores com Os Trapalhões [clássico que dispensa comentários], Escolinha do Professor Raimundo e Sai de Baixo.
O Zorra Total, no ar atualmente, vive tempos de risadas e aplausos de mentirinha com jargões chatos e sem graça. Só não digo que é pior, pois agrada um público específico: as crianças. Ainda que o horário não seja o mais recomendado para elas (após as 22h), o programa não abusa da sexualidade e com personagens infantis elas adoram. Ainda que a personagem Lady Kate seja declaradamente uma "ex"-prostituta, a jovem atriz Katiuscia Canoro acerta na dose com o seu "to pagando" e com palavras e expressões ditas de forma errada. Acerta para as crianças.
A Turma do Didi não suga em nada o potencial do trapalhão mais querido do Brasil.
Outro potencial esquecido é o de Chico Anysio. Até o programa Pânico (outro do humor chinelão) já fez um apelo desesperado para a Rede Globo recolocá-lo na grade de programação. Em vão. Chico vai morrer assim como morreu Bussunda, Muçum, Zacarias e a velha mais bagaceira da tv: dona Dercy Gonçalves. Nos vemos no velório.