19 março 2009

e o choro virá escrito em plaquinhas de auditório

O que é pior: ver os programas de humor morrerem ou, de fato, nunca terem sido humor de verdade?
Há algum tempo atrás escrevi sobre a "morte" do Casseta e Planeta. Prometi voltar pra falar sobre programas de humor da televisão brasileira em geral e, atendendo a pedidos, volto hoje para isso.
Muitos programas perderam a qualidade e, por consequência, a audiência. Foi o caso do Casseta que, pra mim, morreu junto com o Bussunda.
Em quase 60 anos de televisão brasileira existiu muita coisa que marcou a história do humor. E eu falo especialmente do Plim-Plim (leia-se Rede Globo), que é sem dúvida a emissora mais assistida do país.
Começo pelo TV Pirata [um dos meus favoritos], programa que revolucionou a tevê e é ícone até hoje pelo seu humor nonsense. Influenciado pelo inglês Monty Python, fez sucesso na década de 80 e consagrou nomes como Luís Fernando Guimarães e Regina Casé. Depois de se dissolver deu lugar ao Casseta.
Enfim, a tv Globo já teve dias melhores com Os Trapalhões [clássico que dispensa comentários], Escolinha do Professor Raimundo e Sai de Baixo.
O Zorra Total, no ar atualmente, vive tempos de risadas e aplausos de mentirinha com jargões chatos e sem graça. Só não digo que é pior, pois agrada um público específico: as crianças. Ainda que o horário não seja o mais recomendado para elas (após as 22h), o programa não abusa da sexualidade e com personagens infantis elas adoram. Ainda que a personagem Lady Kate seja declaradamente uma "ex"-prostituta, a jovem atriz Katiuscia Canoro acerta na dose com o seu "to pagando" e com palavras e expressões ditas de forma errada. Acerta para as crianças.
A Turma do Didi não suga em nada o potencial do trapalhão mais querido do Brasil.
Outro potencial esquecido é o de Chico Anysio. Até o programa Pânico (outro do humor chinelão) já fez um apelo desesperado para a Rede Globo recolocá-lo na grade de programação. Em vão. Chico vai morrer assim como morreu Bussunda, Muçum, Zacarias e a velha mais bagaceira da tv: dona Dercy Gonçalves. Nos vemos no velório.

fazer uma canção

tem gente que me critica por ser uma estudante de jornalismo que usa o blog como "meu querido diário". eu digo: fodam-se [viu, to sendo boazinha!]

queria escrever uma canção [lembrei da Fernandinha Takai agora] que mudasse coisas.
daquelas que eu escuto mil vezes pq amo e ainda assim me renovam a cada nova audição.
que me fizesse voltar pra casa ver a kitinha correr enquanto abro o portão.
que me fizesse ter grana suficiente pra ir todo final de semana pra guaporé.
que me fizesse parar de chorar agora ou parar de sempre fingir que está tudo bem.
pra fazer ficar tudo bem.

uma eme bem grande.